"Estoienses! ... novos e mais velhos!..."
Viva a Festa da Pinha! … Viva!...
Quantos de nós não recordamos, com alguma nostalgia, o grito que ano após ano ecoa no ar no dia 2 de Maio?...
São gerações e gerações de “almocreves” e “romeiros” que vêm narrando, à sua maneira, aquilo que faz parte integrante e indissociável do nosso património cultural e local!... Porém, não obstante esta realidade, ninguém poderá afirmar com rigor e concludentemente quando e como iniciou esta efeméride tão popular e carismática e de certa forma eivada de um misticismo religioso e paganista.
Não é nossa intenção descobrir desde logo toda a verdade acerca das origens das Festas da Pinha de Estoi. Isso ficará para mais tarde, quando consigamos ter acesso a toda a documentação que por ventura possa existir acerca disso.
Contudo, porque conhecedores e vivenciando ao longo de muitos anos a realidade das “Pinhas” modernas que poderemos situar a partir dos anos de 1968/69 para cá, com o reinicio das festividades após uma mais que natural abstinência motivada pela terrível guerra colonial, o recordar e historiar, com a maior isenção e imparcialidade possível, alguma coisa que poderemos deixar como testemunho às gerações vindouras.
Versões históricas contadas e passadas de geração em geração aqui são eloquentemente descritas, como cunho próprio de quem as ouviu e transcreveu, completadas com uma descrição ao vivo e no momento, após gravação antes e durante todo o percurso de Estoi/Ludo e regresso apoteótico a Estoi, poderão servir, assim espero, para futuros historiadores desta e doutras Festas Tradicionais para aquilatarem e observarem a reacção espontânea e real que os seus intervenientes denotam ao longo de todo o dia plena e fortemente vivido.
Á minha geração, fiel depositaria do testemunho transportado de seculares gerações de Estoienses, eu dedico o meu despretensioso trabalho, agradecendo a todos aqueles que aqui irão deixando o seu testemunho e aqueles de que me socorri para complementar fotograficamente a apaixonada descrição vivida neste ano de 1994.
Estoienses!
Novos e mais idosos!
A Festa da Pinha de Estoi está-nos no sangue.
Essa juventude que aqui vos irei mostrar como realmente é, saberá agarrar e adaptar às novas realidades que iremos viver, como preservar tão gratificante tradição que jamais queremos ver morrer.
A ela dedico o meu trabalho.
Viva a Pinha!...
(Joaquim Aleixo)
(2 de Maio de 1994)
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