quinta-feira, 26 de maio de 2011

RADIO SIMÃO

"Á saudosa memória de Francisco Simão ..."


Como é bela a nossa festa!
A tradição não definha
Não há festa como esta
A “nossa” Festa da Pinha.

Em honra dos “almocreves”
Nós devemos fazer tudo
Veste só aquilo que deves
De Estoi seguimos p´ra Ludo.

A festa não é Carnaval!
Nem um desfilar de asneiras…
Ser humilde é natural
Mas cheio de boas maneiras.

Quem vem assistir à partida
Ali no Largo da Igreja
Fica de garganta dorida
Vale a pena que se veja!...

Esta festa é bem de Estoi
De fora podem entrar
Uma tradição sempre foi
Para “todos” respeitar.

Comer, beber e gritar
O grito ecoa mais forte
Vamos à Pinha vibrar
Sem nunca perder o norte.

Não ir a Rádio Simão
É triste, mas é verdade
P´ra manter a tradição
Daquele som resta a saudade!

Com um som de arrepiar
À frente do longo cortejo
É triste assim acabar
Olho p´ra ti, não a vejo…

Em vida do amigo Simão
Um entusiasta da Pinha
Ai não acabava não
Não é assim Manelinha!?

Já não temos viatura!
Nem carrinha a anunciar
Oh que tristeza tão dura
Dá-me vontade de chorar!...

A Pinha fica mais triste
A tradição já definha
Rádio Simão que partiste
Mais pobre ficas oh Pinha.

Há contudo que gritar
E aprender o novo hino
Lá no céu vejo-te a chorar
Meu bom amigo – Albino!

Vamos oh malta de raça
Renovemos a nossa alegria
Seja na rua ou na praça
Gritemos com energia.

Um verso eu quero fazer
Gritando bem alto - Viva a Pinha!
A Pinha não há-de morrer
Não é assim Manelinha!

Inspira-nos, oh grande Senhora
Nessa candura exemplar
Que a tradição nunca morra
A Rádio Simão vai voltar…


Estas quadras, simples e singelas, saídas do coração, como cada ano são feitas, dedico-as, por inteiro, à “musa inspiradora” da Rádio Simão, a nossa querida “Manelinha” e à saudosa memória do seu querido Francisco Simão.

Por anos e anos de esfusiante alegria que sempre sentíamos nas muitas Pinhas a que fomos em conjunto, transmitindo o som inconfundível da Rádio Simão, por essas estradas fora rumo a Ludo, prestando um valiosíssimo contributo ao sucesso dessas Pinhas.
Este ano, infelizmente, a Rádio Simão esteve ausente, para grande desgosto meu e de tantas e tantas pessoas que nos abordaram lamentando o sucedido.


Não será preciso “alugar uma carrinha numa Rent a Car”, como alguém o disse, porque a tradição manda que sejam com os recursos da aldeia, da Freguesia, que se deve conseguir lá estar presente, como sempre estivemos no tempo do amigo Francisco Simão e até ao ano passado.

Da minha parte prometo, de carrinha, de tractor, de charrete, de camião, ou até de carrinho de mão, para o ano tudo fazer, junto dos Estoienses, para conseguir lá estar na frente, com o som do folclore algarvio e informando quem assiste, da tradicional Festa da Pinha, gritando até à exaustão:

Viva a Pinha – Viva a Pinha cacete!


Estoi, 6 de Maio de 2011
Joaquim Aleixo 

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