quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PINCELADAS

Boa tarde

Na continuação da informação transmitida, tenho todo prazer em dar algumas "pinceladas" no que à Festa da Pinha diz respeito, sem que antes informe da não total certeza sobre as origens e motivações que estiveram na génese desta Festa, de cariz eminentemente rural, seguida através da vontade de todo um povo, suas crenças e tradição oral, que nos vem sendo transmitida através de gerações e gerações de "almocreves" (pessoas que comercializavam os produtos da terra e da região, intercambiando-os com outros aqui não existentes ou escassos, transportando sal, amêndoas, alfarrobas, peixe seco e outras "iguarias", nos seus muares, por veredas e caminhos, serra fora por esse Algarve dentro, em direcção ao Alentejo e Beiras interiores...)

Assim nos foi transmitido pelos mais velhos!...

É bom continuar a haver gente com interesse na tradicional romaria dos "Almocreves" ou "Romeiros", pelo que, com todo o gosto darei a minha contribuição daquilo que recebi dos nossos antepassados, já que, infelizmente, pouco há escrito com verdadeiro interesse histórico, sendo que, quem conta um ponto acrescenta outro ponto e assim por diante...

Há quem fale na Confraria dos "Almocreves", que haveria em Estoi, Almancil, Ludo, por estas paragens e dali seguiria a comitiva, suportado pelos proprietários mais abastados que faziam transportar os seus produtos pelos "almocreves", pelo pagamento de uma jorna previamente combinada.

A comitiva passaria por muitas privações durante uma longa e perigosa jornada, quer pelos muitos dias de ausência, quer por perigos de serem assaltados e atacados por lobos famintos.
Daí a fogueira que por certo acendiam pela noite onde pernoitavam e se defendiam dos lobos.

A chegada, após longos dias, se não meses de ausência, segundo os mais idosos, fazia-se nos pinheiros da zona de Ludo / Amancil, onde comiam e bebiam "fartamente", pagos pelos seus patrões, que por norma lhes colocavam à disposição uma pipa de vinho e apanhavam as pinhas do pinhal para acenderem à chegada a Estoi e talvez às localidades de passagem.

Em Estoi depositavam o alecrim, as pinhas, numa enorme fogueira, frente ao Cruzeiro da Senhora do Pé da Cruz, aplaudidos na passagem por populares e familiares que ali os esperavam.

O grito Viva a Pinha - Viva a Festa da Pinha, que hoje ecoa nas gargantas rouquenhas, meio embriagadas, poderá resultar dessa estadia nos pinhais do Ludo, quem sabe!?...

Como não havia iluminação pública, transportavam uma tochas, ou archotes, feitos de corda de sisal, semelhante às amarras dos barcos de outrora, que embebidas em pez louro conseguem manter-se acessas e serem brandidas nas mãos dos cavaleiros.

 A minha geração, (Pinhas dos anos 60), que colheu e bebeu os ensinamentos dos almocreves de outras anteriores gerações, saía de Estoi na manhã do dia 2 de Maio, em mulas, éguas, cavalos e carroças de tracção animal, engalanadas com palmeiras, pampilhos, buganvilias e outras flores ornando os animais e os chapéus algarvios dos homens do campo, vestindo umas calças de cotim ou serrubeco, mais tarde até as gangas, com uma camisa branca, uma cinta em redor, vermelha ou preta, um colete, um lenço garrido ao pescoço, umas botas rurais e levando consigo os caracóis, a carne para assar em Ludo, folar, figos, aguardentes, vinho e mais tarde cerveja, numa alegria que contagiava os turistas e os residentes.

Todos em comitiva, seguiam ao som dos foguetes e o percurso é sempre o mesmo. Estoi, Coiro da Burra, cruzamento de Santa Bárbara de Nexe, Esteval, E.N.125, Ludo e regresso.

A tradição mandava dar a quem era mais modesto algo daquilo que levávamos, almoçar em grupo no pinhal de Ludo, logo após faziam-se as "abarcas" (um tipo de luta greco-romana, em que os homens, sempre nessa altura os homens, se agarravam abaixo do pescoço e esgrimiam, até quem caísse ao chão perdia e dava o lugar a outro valentão).

Quem perdia aceitava a derrota, quem ganhava continuava às abarcas até ser vencido e assim por diante.

Poesia improvisada, poemas, quadras e decoração nas carroças, agora são mais os tractores em seu lugar e a Banda de música à chegada a Santa Bárbara de Nexe, por volta das 20H00, adornavam a comitiva, meio ébria de um dia louco de alegria.

Aí se faziam as pazes entre amigos desavindos e se respeitavam os mais velhos almocreves.

Foi isto que nós, Estoienses tradicionalistas "bebemos" dos nossos antepassados e disso não abdicamos.

Hoje, as gentes mais novas, raparigas incluídas, veem a ida à Pinha como um dia para faltar às aulas e apanhar uma grande bebedeira e alguns pseudo-almocreves, rasgam as roupas, na maioria das vezes completamente alheias à tradicional, sentam-se perigosamente em cima dos motores dos tractores, desrespeitam os mais velhos, prostituem a característica de uma festa que sempre cativou os visitantes, o turismo, a aldeia.

A não haver, por parte da autoridade que representa a Freguesia e as Comissões de Festa que daí emanam, um maior cuidado, na permissão de fazer parte integrante do cortejo, apenas e somente quem respeitar a tradição, no vestir, no desfilar, no divertir saudavelmente, a mesma definhará e Estoi, o Algarve, o nosso povo e a nossa cultura, perderão uma das romarias mais populares e carismáticas da nossa Região - A Festa da Pinha - sempre no dia 2 de Maio e nunca num dia de fim de semana seguinte como alguns já a quiseram realizar.

A chegada a Estoi, ao som da Banda e dos foguetes, já noite cerrada, com os archotes acessos e o grito Viva a Pinha - Viva a Festa da Pinha, jamais será perdida e esquecida, caso os tradicionalistas, onde me incluo, continuem a pugnar pela identidade da Festa, da nossa Festa da Pinha.
 (J. Aleixo)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

POESIA ALUSIVA A ESTOI

Nos "Jogos Florais da Pinha - 2012", foram estes os trabalhos distinguidos pelo júri, na categoria de "Poesia Alusiva a Estoi".
  • A MINHA ALDEIA

Assim acorda meia aldeia em alvorada
Quando outra metade adormece já madrugada
Começam os motores agrícolas na manhã
Na ressonância dos labores de cada dia
Cada qual traz a sua melodia
E eu sinto em ti aldeia um talismã

Como eu te amo minha aldeia, minha terra
Situada entre o mar e a agreste serra
Aqui nasci tão longe parti mas regressei
Na esperança de continuar no presente
Para não viver só no meio de tanta gente
Onde por te adorar, dos teus poetas falei

E quando chama da saudade ainda arde
És aldeia o meu tronco e minha arvore
Porque sou a raiz deste lugar onde nasci
E quando a luz do belo luar prateia
Na mansa brisa da noite em ti aldeia
Como eu adoro assim viver, viver aqui

(Maria Helena Ramos)
  • A CAMINHO DE ESTOI
Passam mulheres na estrada
Acenam com lenços brancos,
Levam nos pés os tamancos,
Saia de chita, rodada...
A conversa, a gargalhada,
Rostos bonitos e francos...
Em Estoi pousam nos bancos
Que foi grande a caminhada.
 ... Hão de ter cabelos brancos
Aturando a filharada.
............................................
Passam mulheres na estrada
Acenam com lenços brancos.

(Jose Antonio Palma Rodrigues)


  • MÊS DE MAIO
Bem-vindo seja Maio mês de Maria
Assim acorda Maio na minha aldeia
Desde o amanhecer nos convida a alegria
E nas prosas da liberdade assim vagueia

Primeiro de Maio dia do nosso trabalhador
Quer a tradição docinho e aguardente
O nosso povo esquece assim o seu labor
Em Estoi na tradição da nossa gente

A seguir lá vêem a festa da pinha
A tradição secular jamais esquecida
Assim revive a nossa aldeia branquinha
Os romeiros esquecem as mágoas da vida

Também Maio festeja o dia da mãe
Esse tão sagrado amor puro e leal
Amor de mãe feliz de quem ainda tem
Santa mãe não há outro amor igual

Treze de Maio as romarias de Fátima
Ó virgem mãe livra-oos sempre do mal
Dai-nos sempre a fé que nos faz falta
Abençoai este povo cristão e Portugal

 (Maria Helena Ramos) 

  • AO POETA EMILlANO DA COSTA

Vestiu a bata de escaiolador
Quis ser espátula pincel e pintor
Mas foi um grande senhor
Que atingiu a sua meta
Morreu um dia um sonhador
Cansado de tanta cor
Morreu um dia um Doutor
E assim nasceu o poeta

E eu que posso eu deixar?
Na minha diversidade popular
Simplesmente homenagear
Um médico da minha aldeia
Não sei pintar numa tela
Nem fazer uma aguarela
Na minha prosa singela
Só a minha alma vagueia

(Maria Helena Ramos)

POESIA LIVRE

Nos "Jogos Florais da Pinha - 2012", foram estes os trabalhos distinguidos pelo júri, na categoria de "Poesia Livre".



  • A BORBOLETA
De flor em flor, sugando o pó da vida,
Esvoaça a borboleta alegremente.
E cada volta é nova, diferente,
Parece satisfeita, divertida.

Branquinha, muitas vezes colorida,
Ela alegra o olhar de toda a gente
Que a segue e que, diria, quase a sente
Como padrão de esp'rança desmedida.

Podia ser vaidosa... Não, não é!
o vento mal a deixa pôr de pé
Mas ela vai lutando até ao fim.

De novo um raio de sol irá trazê-Ia
Tal como a noite traz em cada estrela
A alma de poeta que há em mim!

 (Jose Antonio Palma Rodrigues) 

  • SÓ EU É QUE MUDEI
A minha praia
tem ainda a mesma areia dourada
que se revolve, se acastela, se desmorona,
como nos tempos dos meus encantamentos.

As ondas,
que abraçam e beijam
viril e amorosamente o areal,
ainda estendem o mesmo manto de espuma branca
como os alvos lençóis dos meus sonhos de criança.

No oceano
o azul, o verde, o prata,
não mudaram
e o céu é o mesmo
que combinava as tintas na paleta das minhas ilusões.

As gaivotas
ainda gritam e praguejam,
como nós, quando moços, na praia que era só nossa...

Os poentes,
ai os poentes na minha praia!
também eles são os mesmos
como quando no céu erguia os meus castelos de esplendor.

Só eu é que mudei!
Só eu é que sou outro!
E mudei tanto, tanto,
que até me desconheço.

Os meus deslumbramentos soterraram-se nas dunas,
os meus sonhos afogaram-se na alva espuma das ondas,

Agora
ilusões, aventuras, ambições, ideais,
são apenas destroços
atirados à costa pelos vendavais!

(Jose Correia Torres)


  • A MINHA ALDEIA
Assim acorda meia aldeia em alvorada
Quando outra metade adormece já madrugada
Começam os motores agrícolas na manhã
Na ressonância dos labores de cada dia
Cada qual traz a sua melodia
E eu sinto em ti aldeia um talismã

Como eu te amo minha aldeia, minha terra
Situada entre o mar e a agreste serra
Aqui nasci tão longe parti mas regressei
Na esperança de continuar no presente
Para não viver só no meio de tanta gente
Onde por te adorar, dos teus poetas falei

E quando chama da saudade ainda arde
És aldeia o meu tronco e minha arvore
Porque sou a raiz deste lugar onde nasci
E quando a luz do belo luar prateia
Na mansa brisa da noite em ti aldeia
Como eu adoro assim viver, viver aqui

(Maria Helena Ramos) 

  • A TAL FELICIDADE
Onde estará a tal felicidade
Que todos procuramos com denodo?
Há quem a busque, em vão, no mundo todo...
Mas ela há de existir, na realidade.

Só quando o desespero nos invade,
Só quando nos conspurcam ódio e lodo,
Descremos da existência, do engodo
De que ela só depende da vontade.

Ser-se feliz! Quem é que o não deseja?
Mas, vede, na verdade quanta inveja,
Quanto ciúme e quanta cicatriz.

Raro acontece, a tal felicidade,
Por força do destino ou da vontade...
Às vezes é melhor não ser feliz!

(Jose Antonio Palma Rodrigues)

  • ÁRVORE AMIGA

Não sei que anos tem. Parece velha.
Mas a sombra que entorna é tão intensa
Que há muito quem afirme e se convença
Que ela é do Paraíso uma centelha.

Acolhe, refrigera e aconselha...
A mágoa mais cruel fica suspensa.
Dizem até que, às vezes, na doença
A lenitivo a folha se assemelha.

Parece a minha avó. Estende os braços
Para afogar as mágoas e os cansaços
De quem a tem, por vezes, esquecida.

Árvore amiga, o sol não te inquieta.
Já te cantou, eu sei, muito Poeta. . .
. .. Mas não és tu um hino à própria vida?

(Jose Antonio Palma Rodrigues)

  • O HOMEM
O homem, esse grande e pequeno ser
Amarelo, branco ou preto, tão diverso
Grande, em conhecimento e saber
Pequeno, na grandiosidade do universo!

Cheio de males, medos e temores
Receia doença, dor, sofrimento
Sofre quase sempre com seus amores
Amargura num simples pensamento

Pleno de defeitos e virtudes
Com sentimento grande e profundo
São dele as nobres ou vis atitudes
Que vão sucedendo neste mundo!

Tráz a guerra e a paz nas suas mãos
Nos seus olhos, a cobiça e a ambição
Rouba, tira ou dá, aos seus irmãos
E reza pedindo a Deus o seu perdão!

E no seu juízo final
De que foge e luta até poder
Morre, toma-se imortal
O homem, esse pequeno grande ser!

(JJ Rodrigues)

sábado, 19 de maio de 2012

POESIA OBRIGADA A MOTE

Nos "Jogos Florais da Pinha - 2012",  foram estes os trabalhos distinguidos pelo júri, na categoria de "Poesia Obrigada a Mote":

Mote
Professor é ser um pai, é ser irmão
É ser amigo em tudo o que ele faz
É ter o saber ao pé do coração
É ser paciente, é ser bom, é ser capaz
(Prof. Amilcar Quaresma)

  • O PROFESSOR
Professor foi quem me iluminou primeiro;
Quem pôs na minha mente como aprender;
-Eu era barco ele era um bom timoneiro:
Ensinou-me como as tormentas vencer
E a não ter mais medo da escuridão...
Ensinou-me a ler, escrever e contar
E a saber que a amizade é de se guardar
Professor, é ser um pai, é ser irmão.

Quem me repreendeu, quem me regenerou,
Quem me fez, de verdade ver o caminho
Que se deve trilhar, como bem trilhou
O meu caro Professor, que com carinho,
Com a dedicação de que era capaz,
Tornou-se no camarada que eu queria;
Colocar-se ao pé de mim quando o inquiria,
É ser amigo em tudo o que ele faz.

Explicava, esclarecia, perguntava...
Tudo tinha interesse no que dizia.
E quando algum de nós na resposta errava,
Ele disfarçava o erro com simpatia,
Corrigindo o engano com discrição.
Quem ensina com afeição, com amor
Com a simplicidade dum sabedor
É ter o saber ao pé do coração!.

Muitos de nós éramos irreverentes,
Traquinas e muito cábulas também;
Adoecia o professor, e nós contentes:
Não havia aulas era um prazer, um bem;
Dia de brincadeira para um rapaz...
Volta o Professor volta a sabedoria,
E ao tolerar algum mal que se fazia
É ser, paciente, é ser bom, é ser capaz

(Jose Correia Torres)
 
  • BICO D'OBRA
  Ele foi mestre na arte de ensinar
D’ela fez também a sua profissão
Até q’um dia acabou por confessar
Professor é ser um pai, é ser irmão

Na vida ele sempre se preocupou
Trabalhar, ser coerente e eficaz
E ao dedicar-se como se dedicou
É ser amigo em tudo o que ele faz

Gostava de poetas e trovadores
Que amava quase com adoração
Quem dá assim aos outros estes valores
É ter o saber ao pé do coração

Foi jogral, como o melhor dos jograis
No teatro amador, aquele que tudo faz
Por tudo isto, até por muito mais
É ser paciente, é ser bom, é ser capaz

(JJ Rodrigues)

  • PROFESSOR
É distribuir o saber sem se cansar
É causar o respeito, admiração
É ser feliz pelo saber e ensinar
Professor é ser um pai, é ser irmão

É ser forte é ser génio poderoso
Dotado de coragem e ser tenaz
É ter a alma simples generoso
É ser amigo em tudo o que ele faz

É ser irmão, da turma e adorar
É ensinar aos filhos da nação
Ser paciente e saber aconselhar
É ter o saber ao pé do coração

Ser professor é repartir o saber
É ter diálogo saber ser eficaz
É ser pai irmão, fazer compreender
É ser paciente, é ser bom, é ser capaz

(Maria Helena Ramos)

  • VELHO ALUNO
Ser Professor é ser predestinado,
Aquele que nos dá a educação.
É estar, ainda que ausente, a nosso lado,
Professor é ser um pai, é ser irmão.

O que ele nos perdoa, na verdade!...
Até as tropelias de rapaz.
"É meu aluno!" - e di-lo com vaidade...
É ser amigo em tudo o que ele faz!

Meu Professor, há quantos anos já!...
O tempo há de passar, os homens não!
Dessas tuas lições algo ficará:
- É ter o saber ao pé do coração!

Ser Professor ainda o digo agora
Quando essas aulas ficaram para trás,
É estar presente na vida a toda ahora,
É ser paciente, é ser bom, é ser capaz!

(Jose Antonio Palma Rodrigues)

QUADRA POPULAR


Nos "Jogos Florais da Pinha - 2012",  foram estes os trabalhos distinguidos pelo júri, na categoria de "Quadra Popular".
  • NOLASCO
Aquela mulher perdida
A quem o mundo magoa
Já sabe que boa vida
Não quer dizer vida boa
(José Antonio Palma Rodrigues)

  • SILVESTRE
O Poeta desafia
Todo o mundo em solidão
Pois só tem por companhia
O seu próprio coração
(José Antonio Palma Rodrigues)



  • ZACARIAS
O homem, se bem casado
A trair raro se atreve
Qual o fogo: -Controlado
Nunca queima o que não deve!
(José Antonio Palma Rodrigues)



  • BARTOLOMEU
Custa muito ver partir
Quem amamos!... Simplesmente
Mais custa ao nosso sentir
Quem está vivo ... e está ausente!
(José Antonio Palma Rodrigues)



  • BICO D'OBRA
Minhas rimas são gotas d'água
Que saem a todo o momento
São dor, alegria, mágoa
Que me escorrem do pensamento!
(JJ Rodrigues)


  • O ALMOCREVE
Viva a Pinha! Viva a Pinha!
Gritavam alto os Romeiros...
Nesta festa quem não vinha
Cedo a Ludo, aos Pinheiros?
(Jose Correia Torres)

  • OS LICÍADOS
Longe da minha Pátria assim permaneci
Sem jamais de tempo para ler os Lusíados
Tarde de mais, talvez que não conheci
O autor e o grande poeta de os Licíados
(Maria Helena Ramos)

terça-feira, 8 de maio de 2012

GRANDE MARCHA DA PINHA

I
Estoi tu és princesa
A tradição é certeza
Dos nossos antepassados.
Diz a lenda, certo dia
Na linda serra algarvia
Por lobos foram atacados.

II
De repente se fez luz
À Senhora do Pé da Cruz
Pediram com devoção.
Almocreves Estoienses
E todos os seus pertences
Ficaram em salvação.

REFRÃO

Viva a Pinha
Com muita animação
Viva Estoi(bis)
É a nossa tradição.
Viva a Pinha
É este o nosso dia
Vamos todos festejar
Com muita alegria.

III
Regressados à aldeia
Já levavam na ideia
À Senhora agradecer.
Prometeram no momento
Não ficar em esquecimento
De qualquer coisa fazer

 
IV
E a partir desse dia
Foi criada a Romaria
Estoi tu és a Rainha.
Em tempos de realeza
Foi criada esta beleza
A linda Festa da Pinha.

REFRÃO

Viva a Pinha
Com muita animação
Viva Estoi(bis)
É a nossa tradição.
Viva a Pinha
É este o nosso dia
Vamos todos festejar
Com muita alegria.

V
O cortejo a desfilar
Como é lindo ver passar
Em desfile até ao Ludo.
Com grande animação
Mantemos a tradição
A Pinha p´ra nós é tudo.

VI
Lá na Quinta do Morgado
Passar um dia animado
E à noitinha regressar.
As carroças enfeitadas
Montadas engalanadas
E archotes a iluminar.

REFRÃO

Viva a Pinha
Com muita animação
Viva Estoi(bis)
É a nossa tradição.
Viva a Pinha
É este o nosso dia
Vamos todos festejar
Com muita alegria.

VII
De regresso à nossa aldeia
Nós trazemos na ideia
Do nosso dever cumprido.
Muita festa e alegria
A tradição deste dia
Será sempre bem vivido.

VIII
Os archotes a brilhar
Estoi vão iluminar
Todo o povo vem à rua.
Vamos todos festejar
E p´ró ano regressar
Porque a Pinha continua.

REFRÃO

Viva a Pinha
Com muita animação
Viva Estoi(bis)
É a nossa tradição.
Viva a Pinha
É este o nosso dia
Vamos todos festejar
Com muita alegria.


Autor da musica e letra: -Fernando Inês
(2/5/2012)


Obs.: -A ser lançado em CD, feito no Estúdio do Carlos Granito em Olhão, com a participação dos músicos Fernando Inês e Jaime Costa (Acordeão); Edgar (saxofone); Prof. Isidoro e São Morais (castanholas); Carlos Sequeira e Valério Pires (pandeiros); São Morais (filha); Amélia Mascarenhas; António Morais e Joaquim Aleixo (vozes). Gravou ainda um “cavalo” Lusitano - Alter Real de fama internacional.





JOGOS FLORAIS


Resultados dos 38º. Jogos Florais da Pinha - 2012

  • Quadra popular
1°. -"Nolasco" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota (unanimidade)
2°. -"Silvestre" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota (unanimidade)
3°. -"Zacarias" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota

Menções honrosas

-"Bartolomeu" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota
-"O Almocreve" (José Correia Torres) - Lisboa
-"Bico d'Obra" (José Joaquim Rodrigues) - Estoi / Faro
-"Homenagem ao Poeta dos Licíadas" - Maria Helena Ramos (Estoi)

  • Poesia obrigada a mote
1°. -"O Professor" (José Correia Torres) - Lisboa
2°. -"Bico d'Obra" (José Joaquim Rodrigues) – Estoi/Faro

3° ( ex-aequo )
    -"Professor" - Maria Helena Ramos
    -"O Velho Aluno" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota

  • Poesia livre
1° ( ex-aequo )
  -"A Borboleta" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota
  -"Eu Próprio" (José Correia Torres) - Lisboa

2° ( ex-aequo )
   -"A Minha Aldeia" (Maria Helena Ramos) - Estoi
   - "A Tal Felicidade" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota

3°( ex-aequo )
   - "O Homem" (José Joaquim Rodrigues) - Estoi / Faro
   -"Árvore Amiga" (José António Palma Rodrigues) - Aljubarrota

  • Poesia alusiva a Estoi
1º. -"A minha Aldeia" (Maria Helena Ramos) - Estoi
2º.( ex-aequo )
    -"A Caminho de Estoi" (José Antonio Palma Rodrigues) -Aljubarrota
    -"Mês de Maio" (Maria Helena Ramos) - Estoi
3º.-"Homenagem ao Poeta Emiliano da Costa" (Maria Helena Ramos) - Estoi

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O REGRESSO




Cumpriu-se mais uma vez a tradição e o cortejo entrou na aldeia de Estoi, ladeado por uma multidão que os aplaudia, incitando-os com vivas á Pinha!

Pouco passava das 22.00 horas quando o som estrondoso de um morteiro anunciava o inicio da caminhada desde o Coiro da Burra, até á igreja de Nª. Sª. do Pé da Cruz, onde terminou.

Na frente a "Rádio Simão", incansável, anunciava a aproximação dos "romeiros" que antecedidos pela Banda Filarmónica, eram encabeçados pelos representantes das autoridades municipais, da freguesia, das associações estoienses, logo atrás os cavaleiros, os carros, a Fanfarra dos Bombeiros, os tractores e finalmente as carrinhas.

Enquanto isso o incessante lançamento de foguetes, confirmava inequivocamente que a festa estava na rua.

Uma festa bem popular, com alguns exageros, em principio provocados por excesso de bebida, mas a cumprir inteiramente a sua função, de animar, divertir e sobretudo manter a tradição desta "romaria" secular.

No final, o depositar da "tocha" junto ao "cruzeiro" assinalava o termo da romaria e o recomeçar da contagem decrescente do tempo que falta, para a próxima Pinha.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

PINHA 2012


(Cruzeiro e frontal da Igeja de Nª. Sª. do Pé da Cruz, em Estoi)


Pouco passava das 10 horas da manhã quando o cortejo se pôs em marcha, numa caminhada que os levaria desde a aldeia de Estoi, até ao pinhal do Ludo.

A ameaça de chuva afastou alguns participantes mas não tirou entusiasmo á maioria dos estoienses que se dispuseram a viver intensamente mais um dia de "Festa da Pinha".

Agora já almoçados ainda se mantêm no pinhal de onde sairão por volta das 18,30 horas, para o regresso a Estoi.
Antes ainda uma passagem por Santa Barbara de Nexe, com paragem por volta das 20,00 horas, junto ao cemitério para prestar uma homenagem ao Padre Júlio Tropa.

Como habitualmente o cortejo entrará em Estoi já muito perto das 23 horas, dirigindo-se pelo percurso habitual para igreja do Pé da Cruz, onde junto ao seu cruzeiro frontal será depositada a tocha que cada "romeiro" trará consigo e com este gesto simbólico terminará a sua romaria.

Á noite, se a chuva o permitir, também lá estará uma multidão entusiasmada, para os saudar calorosamente, com vivas á Pinha!

terça-feira, 24 de abril de 2012

PROGRAMA 2012


1 de Maio - Dia dos Maios
  • 8.00 horas - Atacar o Maio
  • 9.00 horas - Inicio da Exposição de Maios na Aldeia
  • 10.30 horas - Abertura Feira Espaço Rural
  • 12.00 horas - Programa Gastronomico Especial
  • 16.00 horas - Actuação do Grupo "Trovas Silvestes", no Largo Ossonoba
  • 17.00 horas - Actuação do Rancho Folclorico da CIMFARO, no Largo Ossonoba
  • 18.00 horas - Entrega Flores á Senhora do Pé da Cruz
  • 19.00 horas - Actuação do Grupo "Trovas Silvestres"- Largo da Liberdade
  • 21.00 horas - Projecção filmes - Largo Ossooba
  • 21.00 horas - Arraial Popular com Baile no Largo da Liberdade

2 de Maio - Festa da Pinha
  • 7.00 horas - Alvorada com foguetes e morteiros
  • 8.00 horas - Inicio da chegada dos Romeiros ao picadeiro
  • 9.30 horas - Benção dos Romeiros e partida do Cortejo para o Ludo
  • 12.00 horas - Almoço Campestre no Pinhal de Ludo e Festival Gastronomico , no Palácio de Estoi
  • 18.00 horas - Partida dos Romeiros do Ludo
  • 20.00 horas - Desfile da Romaria e homenagem ao Padre Julio Tropa, em Sta. Bárbara de Nexe
  • 20.30 horas - Espectaculo Musical "Cante Andarilho", no Largo da Liberdade
  • 22.00 horas - Cortejo dos Archotes, terminando com a grande fogueira frente á Igreja Srª. Pé da Cruz
  • 23.30 horas - Arraial popular com baile e Gil Rosa - Largo Ossonoba

3 de Maio
  • 21.00 horas - Missa solene de Agradecimento á Nossa Senhora do Pé da Cruz

4 de Maio
  • 21.30 horas - Entrega Prémios dos Jogos Florais, salão Junta de Freguesia

domingo, 15 de abril de 2012

FESTA DA PINHA 2012


Faltam pouco mais de 2 semanas para mais uma Festa da Pinha e tudo se apronta para que mais uma vez, seja um êxito, para alegria de todos os que ano após ano, participam nesta grande festa popular, de Estoi.

O cartaz deste ano promete e como sempre a festa será antecedida pela exposição de "maios" que decorre pelas ruas da aldeia, no dia 1 de Maio.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

XXXVIII JOGOS FLORAIS


Vai ter lugar este ano a edição 38ª. dos Jogos Florais da Pinha, que terão a coordenação da Junta de Freguesia de Estoi, da ACESTOI e também o apoio do Municipio de Faro.

Estarão a concurso as seguintes modalidades:

  • Quadra popular;
  • Poesia obrigada a mote;
  • Poesia livre;
  • Poesia alusiva a Estoi (suas tradições, as suas festas, o seu passado, seus poetas e heróis, o seu povo);
  • Poesia infantil (dirigida apenas às crianças da Freguesia de Estoi, que completem até 12 anos de idade na data da Festa da Pinha, 2 de Maio);
  • Poesia sénior (dirigida aos concorrentes que tenham completado 65 ou mais anos de idade em 2 de Maio).
O prazo limite para entrega dos trabalhos termina impreterivelmente no dia 28 de Abril (6ª feira).

O Regulamento dos Jogos pode ser consultado na página Aldeia de Estoi »»»